segunda-feira, 18 de julho de 2016

Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista o ator e diretor Matheus Nachtergaele, por ocasião do lançamento do livro "A Mariposa", com textos poéticos de sua mãe, Maria Cecília Nachtergaele, na Sala de Leitura da Cidade das Artes.





"Poucas palavras se confundem tanto em nossa lingua quanto "concerto" e "conserto".  Aqui, elas se mesclam vertiginosamente.
A palavra desejo, em filosofia, seria a tensão em direção a um fim de onde se espera satisfação.  Tradicionalmente o desejo pressupõem carência, ou alguma forma de indigência: um ser que não carece de nada, não desejaria nada.  Seria um ser perfeito, um Deus.  Por isso a filosofia, tantas vezes, considera o desejo como característica primeira do ser imperfeito, do ser finito.  Quero consertar meu desejo com poesia, num concerto.  Explico: minha Mãe, a poeta Maria Cecília Nachtergaele, faleceu quando eu era um bebê de três meses.  Dela, me restaram seus poemas, lindos e maduros, escritos de uma jovem mulher moderna e triste; e essa veia que me marca a testa quando rio ou choro muito.  Em "Processo de Conscerto do Desejo", acompanhado pelo jovem violonista Luã Belik e do violinista Henrique Rohrmann, direi finalmente os poemas que guardei nos olhos e na alma como única herança dela.  O espetáculo é simples assim: um homem (que por acaso é um ator) diz no palco as palavras escritas por sua mãe.  Um violão (não por acaso, pois Maria Cecília amava os violões) o acompanha.  É só isso, se isso for pouco".
                                                        Matheus Nachtergaele






Galeria de Imagens

 Com Matheus Nachtergaele









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