A peça "O Beijo no Asfalto", uma das tragédias cariocas de Nelson Rodrigues, foi escrita em 1960 por encomenda da atriz Fernanda Montenegro e seu marido, o diretor Fernando Torres, para o grupo Sociedade Teatro dos Sete. A peça estreou em 7 de julho de 1961, no Teatro Ginástico (RJ). Além de Fernanda, o elenco tinha Oswaldo Loureiro, Sergio Britto, Mário Lago, Ítalo Rossi, Francisco Cuoco, Sueli Franco e Zilka Salaberry, entre outros. Desde então, a obra teve inúmeras montagens e três adaptações para o cinema.
A História
Rio de Janeiro, bairro Praça da Bandeira. Um homem é atropelado; e em seus últimos suspiros, pede a um rapaz, que vai ao seu socorro, um beijo. Arandir, através do gesto humano e misericordioso, realiza aquele último desejo. Esse ato, chama a atenção de um jornalista que busca a ajuda de um policial, que fora denunciado por maus tratos as mulheres. O primeiro vê nesse ato caridoso, oportunidade para alavancar as vendas dos jornais e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de refazer a péssima imagem que o policial possuía após a reportagem, tentando assim, se redimir com aqueles que ele trabalha e com seu chefe de distrito. Através dessa parceria articulada, eles manipulam a sociedade com o que publicam e forjam testemunhos de pessoas para desviar o rumo da história, transformando o acontecimento num romance homossexual.
Arandir, casado com Selminha, uma mulher de intensa fragilidade e feminilidade, conhece o marido desde a infância; porém, em função da abordagem tendenciosa feita pelo detetive Amado, começa a desconfiar da masculinidade e até mesmo da honestidade do companheiro. Pai de Selminha, Aprígio, nutre um sentimento de raiva pelo genro, mostrando-se sempre contra aquele matrimônio; chegando a se negar a chamar Arandir pelo nome, referindo-se a ele como "marido de Selminha" ou "meu genro". Dália, filha de Aprígio e irmã de Selminha, chega a cogitar a possibilidade de um amor anormal, de homem e mulher entre pai e filha, o que poderia justificar aquela implicância e ciúme desmedido.
Na verdade, o patriarca guarda um segredo, que será revelado ao final da peça. Aprígio é apaixonado por Arandir, motivo pelo qual, nunca aceitou o relacionamento deste com sua filha. Ao fim, Arandir é morto pelo sogro com um tiro fatal. E somente aí, o assassino abraçado com o corpo, o chama pelo nome.
Primeira montagem da peça em 1961, com Maria Amélia (Dália), Fernanda Montenegro (Selminha) e Francisco Cuoco (Werneck)
Tarcísio Meira (Arandir) e Ney Latorraca (o morto), na versão cinematográfica da década de 80.
Claudio Lins e Pablo Áscoli, numa cena da montagem do musical " O Beijo no Asfalto"
Momento do ensaio de integrantes do elenco
As atrizes Yasmin Gomlevsky, Isabella Bicalho, Juliane Bodini, Juliana Marins e Janaína Azevedo, nos bastidores da remontagem do musical, atualmente em cartaz no Teatro Nathalia Timberg
Galeria de Imagens
Com o diretor João Fonseca
Com as atrizes Yasmin Gomlevsky (Dália) e Janaína Azevedo (Dona Matilde)
Com a atriz Juliane Bodini (a viúva)
Com o ator Gracindo JR. (Aprígio)
Com o ator Gabriel Stauffer, que vive atualmente o protagonista Arandir
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