quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

VIDA IN CENA ESPECIAL: RETROSPECTIVA DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO, PELA PERFORMANCE DE DIVAS DA MÚSICA INTERNACIONAL.


James Bond, o espião do serviço secreto britânico, idealizado pelo escritor Ian Fleming e publicado pela primeira vez em abril de 1953 (Cassino Royale); seria glamorizado e popularmente imortalizado nas telas de cinema, através da mente empreendedora do produtor Albert Brocolli, ao longo de cinquenta décadas de altos e baixos; porém, de uma constante perseverança, ao investir no complexo e carismático arquétipo de um herói, que parecia ironizar a partir de toda e qualquer simplificação estereotipada de sua conduta.  Se por um lado, o escapismo acrobático, quase circense de alguns títulos da série (especialmente durante o reinado de Roger Moore), despertassem nossa bem humorada incredulidade; por outro, seus momentos de uma ética bem particular, aparentemente amoral e ególatra, nos evidenciava a essência de uma persona multifacetada e realista ao assumir escolhas tão controversas quanto qualquer ser humano seria capaz de vivenciar, numa condição limite.  Seu caráter icônico, marcaria definitivamente a vida de todos os atores que o interpretaram.  No caso de alguns catapultou a carreira para vôos ainda mais promissores, como Sean Connery, Pierce Brosnan e Daniel Craig.  Para outros, como Roger Moore e Timothy Dalton, significou um tipo de sucesso setorizado, mas que de qualquer maneira deixaria sua marca na história do cinema.  Até no caso da passagem meteórica de George Lazenby, interpretando-o em 007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade, a qualidade arrojada e visionária das cenas de ação (incomuns no final dos anos 70) levaria o ator a servir de referência, pela linguagem corporal vigorosa, à composição cênica do novo Bond, na pele de Daniel Craig, que também aproveitaria o melhor do cinismo sedutor de Sean Connery, para amalgamar ao seu talento, conquistando a cumplicidade de plateias em todo o mundo.
Nos vídeos a seguir, procurei selecionar momentos marcantes da entrega do Oscar 2013, durante a homenagem aos 50 anos do herói pop mais famoso do cinema, embalado pelas vozes inesquecíveis da veteraníssima Shirley Bassey, bem como da arrebatadora Adele.  Logo depois, as performances igualmente cativantes de outras divas da canção, que reservaram um capítulo significativo de suas carreiras, para o mítico Bond, James Bond.  São elas: Gladys Knights (Licença para Matar); Sheena Easton (Somente para seus Olhos); Tina Turner (Goldeneye) e Madonna (Um Novo Dia para Morrer).
Espero que se preparem para 2014, com todo estilo, coragem e bom humor, inerentes ao divertido universo de 007.  Bom entretenimento e um Feliz Ano Novo para todos.
                                                                                                                Rogério Ferraz



















segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

VIDA IN CENA ESPECIAL - BOAS FESTAS




Se há um sentimento que combina com a atmosfera psicológica do Natal, é a esperança.  Esperança de encontrar um amor ou uma forma de amar, que confira sentido a nossa existência.  Esperança de superar as perdas que bloqueiam nosso presente, pelo egoístico apego ao passado.  Esperança de transformar a dor de inúmeras saudades, em doce memória de vidas compartilhadas.  Esperança de voltar a acreditar na felicidade não mais com a ingênua ilusão de permanência absoluta, mas com a dimensão real do êxtase infinito, imortalizado no momento fugaz.
Os vídeos a seguir, exibem a combinação mágica da música com o cinema, parecendo sintetizar um pouco destas jornadas de celebração da confiança, da generosidade, do companheirismo e sobretudo, do Amor; regidos pelo incansável sentimento da esperança. 
Desejo que "Um Dia Especial", "Hairspray" e "Bolt" (a sensível animação da Pixar), sejam instantes capazes de embalar e encantar seus corações, nesta época de Natal.
                                                                                                                 Rogério Ferraz















segunda-feira, 28 de outubro de 2013

VIDA IN CENA HALLOWEEN: ZUMBIS - O APOCALIPSE É POP







Ilustração do design gráfico Alex Ross, para a quarta temporada de The Walking Dead


 
VIDA IN CENA – HALLOWEEN: ZUMBIS – O APOCALIPSE É POP

A aventura neocolonialista norte-americana ocorrida entre 1915 e 1934, pelos países do Caribe, especialmente o Haiti, fez com que tradições eminentemente locais, se espalhassem pelo mundo ocidental.  Por aproximadamente vinte anos, soldados e civis americanos, foram influenciados por uma série de crenças populares, sendo a mais forte de todas, a de que os mortos poderiam voltar à vida, a partir de estratégias de feitiçaria.
No Cinema da época, filmes como Zumbi Branco tem o ator Béla Lugosi, já famoso por suas performances na pele do Conde Drácula, assumindo o vilão protagonista, um rico fazendeiro cujo hobby sinistro, é o de se dedicar a criar zumbis por encomenda, valendo-se de seus poderes de feiticeiro.  Neste período histórico, outros roteiros cinematográficos, reforçaram o estereótipo racista, de que os negros haitianos e de outras localidades, seriam conhecedores de magias demoníacas, rivalizando com o heroico homem branco.
No mundo contemporâneo, após o atentado do 11 de setembro, com o avanço da divulgação do terrorismo internacional pela diversidade de mídias, cada vez mais presentes em nosso cotidiano, a representação arquetípica do pânico perante o imponderável, se tornou explicitamente manifesta.  Diante de circunstancias ameaçadoras, inteiramente imprevisíveis pelo cidadão comum, emergia do inconsciente coletivo humano uma variedade de mitologias que passaram a orbitar em torno da ideia da abdução zumbi.  Vírus desconhecidos, alçados à condição epidêmica, por efeito do acelerado progresso da globalização, nos condenariam à realidades predatórias, expondo nossas fragilidades, nossa incapacidade de defesa; transformando-se em tema de filmes e seriados, cuja visão apocalíptica assumiria um caráter de fenômeno pop, para as novas gerações.
O terror despertado pela sensação de insegurança, de abandono, parecia responder a crescente decepção do povo com paradigmas ideológicos e institucionais, até então ilusoriamente autosustentáveis, inabaláveis, atuando na contramão de um considerável fascínio, ainda que mórbido, pela compulsiva ideia persecutória, de que o outro por mais dócil e amigo que aparente, pode se transformar no mais impiedoso algoz de uma hora para outra, objetivando interesses ególatras naturalmente amorais.  A existência de psicopatas ou sociopatas, que se utilizam de uma inteligência manipuladora, a fim de subjugar e escravizar a autoestima de vítimas sugestionáveis, “zumbidificando-as” por assim dizer, seria uma analogia pertinente com a força do mito.
Recentemente no Cinema, Guerra Mundial Z (Marc Forster), Extermínio (Danny Boyle), a saga Resident Evil ou as temporadas bem sucedidas na TV, do seriado The Walking Dead, evidenciam o grau desta projeção arquetípica, nitidamente impressa no imaginário popular.  A imagem psicológica do hospedeiro, servo indefeso de um invasor incontrolável, não seria, no entanto, fruto exclusivamente de nossas fantasias inconscientes, mas também de um paralelo biológico com a estrutura de sobrevivência de vários microorganismos, que certamente serviram de inspiração para os cineastas.
Exemplificando esta realidade, poderíamos citar o modus operandi de certos parasitas, como o toxoplasma gondil, que é capaz de manipular o cérebro de roedores, fazendo-os perder o medo natural de gatos.  Normalmente o rato ao identificar o cheiro da urina de felinos, se afasta o mais rapidamente possível.  Mas no caso do animal infectado, ele perde esta defesa inata, aumentando consideravelmente a produção do neurotransmissor dopamina, que entre outras funções, costuma expor o organismo a emoções fortes, como desafiar o perigo diante do mais temido predador.  A estratégia instintual do parasita visa à reprodução da espécie dentro do  intestino do gato, seu mais produtivo ambiente hospedeiro.  Outro parasita muito comum nos pântanos da Califórnia tem por hábito recobrir o cérebro do peixe, formando um espesso tapete, assumindo o controle para induzi-lo a subir cada vez mais próximo da superfície; levando-o a saltar de forma exibicionista, a fim de que fique bem mais visível ao alcance das aves.  O peixe-zumbi enlouquecido, uma vez devorado propiciará ao parasita atingir seu verdadeiro destino: o retorno ao organismo dos pássaros, seus “hospedeiros definitivos”, para que possam neste ambiente conseguir a procriação.  Em ambos os exemplos, os parasitas ao serem expelidos pelas fezes, voltam ao habitat externo, dando continuidade ao ciclo de contaminação discretamente invisível.
É interessante observa que certos tipos de fungos, estabelecem o seu ciclo de vida dentro de formigas, levando-as a jornadas suicidas.  Tal processo operacional exercido com velocidade e precisa comunicação grupal, pode ter servido como modelo, para as cenas de ataques dos mortos-vivos em Guerra Mundial Z.  Na sequência em que, alertados da presença humana por trás da imensa muralha de proteção da cidade, os zumbis iniciam uma escalada coletivamente frenética e caótica, vencendo os limites da altura, atentamos para a orquestração de movimentos incessantes, obedecendo a uma necessidade instintual única: a perpetuação viral; como se todos formassem o corpo de uma entidade devastadora.
Já não é de hoje, que a medicina se dedica a estudar parasitas, fungos e até determinados insetos, que conseguem criar seus próprios zumbis, pelo fato de que a capacidade demonstrada de dominação do sistema nervoso do hospedeiro, a partir de substancias secretadas desses organismos, poderiam hipoteticamente ser instrumentalizadas para o controle de doenças que afetam o cérebro humano, como o Mal de Parkinson, por exemplo.  Estes estudos já são desenvolvidos pela medicina tradicional tibetana, há muitos séculos; chegando muito recentemente ao conhecimento ocidental.  E existem indícios de que a natureza dessas substâncias, poderiam futuramente revolucionar a nossa medicina, ao serem usadas em experiências para evitar a rejeição de órgãos transplantados, eliminação de tumores, ou até mesmo em psicofarmacologia, como antidepressivos.
 Em linhas gerais, a cultura zumbi, assim como outros temas que começaram marginalizados, restritos apenas ao domínio visionário da arte ou dos mitos religiosos, quando analisados e unificados à pesquisa científica, alcançam oportunamente inimagináveis benefícios à nossa qualidade de vida, para que abandonemos finalmente, a postura tragicamente passiva, como hóspedes de um incerto amanhã.




sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Diário de bordo: a psicoterapeuta Elisabete Shineidr, professora e coordenadora do curso de psicologia da Universidade Estácio de Sá, entrevistada por Rogério Ferraz.

   Uma conversa franca sobre escolhas de vida, cotidiano profissional e síndrome do pânico; que vocês vão gostar!

Diário de bordo: o romantismo boêmio do poeta Paulo Cerezo; em entrevista concedida a Rogério Ferraz.

Em entrevista concedida a Rogério Ferraz. "Interim" de Paulo Cerezo é uma coletânea poética permeada pelo lirismo, humor, intuição, aliadas alguma observação sensível e contundente dos amores do seu tempo, ofertadas à nossa reflexão pelo jovem autor. Confira a íntegra da entrevista.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Vida in Cena - Hallowen: Zumbis - o apocalipse é pop

A cultura Zumbi, passa a se disseminar pelo mundo ocidental a partir do contato de outros povos, especialmente europeus, com a mitologia e religião caribenha, especialmente das tradições tribais, provenientes da ilha do Haiti; na qual ao longo de uma trajetória histórica de encontros entre escravos de várias etnias africanas e colonizadores francese, acabou resultando no surgimento de crenças híbridas, das mais variadas procedências. Etmológicamente, zumbi é um termo que tem origem na palavra nzumbe, de idioma africano, caracterizando a pessoa que morreu e ressucitou, mas apenas como um corpo sem alma. Este morto-vivo entre as lendas mais comuns, teria nascido nas crenças do Vodu, que descrevem trabalhadores controlados por um feiticeiro, que lhes roubou a alma, escravizando-os conforme seus desígnios.
Nas imagens a seguir alguns filmes famosos onde esta representação arquetípica marcou definitivamente o imaginário do cinema e da televisão. Em breve, a crônica integral do Vida in Cena especial de Hallowen.

Resident Evil: O hóspede maldito

Ano de produção: 2002

Diretor: Paul W.S. Anderson

Guerra Mundial Z

Ano de produção: 2013

Diretor: Marc Forster

The Walking Dead

Quarta temporada: 2013

Diretor: Frank Darabont