sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a soprano Nádia Figueiredo sobre sua carreira e o seu mais novo show "É Natal", em dezembro na Cidade das Artes.








Clipe musical com Nádia Figueiredo e Plácido Domingo Jr.


Na última tarde de quarta-feira, dia 25 de outubro, vivenciei um encontro primoroso, agendado na Cidade das Artes, com a trajetória artística da soprano Nádia Figueiredo.  Cantora e compositora, tendo a partir de 2008 se dedicado ao canto lírico, Nádia Figueiredo anteriormente transitou em outras formas de expressão do seu talento, formando-se em Artes Cênicas e destacando-se também na carreira de modelo.  Nesta agradável conversa na forma de entrevista, Nádia em sua carismática simplicidade confessional, viaja pelas lembranças de sua infância; onde descobriria pela interação tão carinhosa com sua avó, a dividir a mesma paixão por um instrumento musical, o violão; realizando desde os dez anos sua primeiras composições.  Ou ainda contando sobre sua doce rebeldia adolescente, quando desenvolveu uma forte identificação com os ídolos do Rock Brasil, identificando-se especialmente com as composições do grupo Legião Urbana.  Em seguida, nos revela com muito entusiasmo, sua aproximação com o canto lírico e de como veio a conhecer plácido Domingo Jr, vindo algum tempo depois a realizar com ele, um magnífico show que seguiu turnê por várias cidades brasileiras, intitulado "Juntos".  Nádia, agora em dezembro, estará compartilhando conosco mais uma vez, o encanto de sua voz ao lado do barítono Leonardo Neiva e do pianista João Carlos de Assis Brasil, no show "É Natal" em apresentação única dia 15 de dezembro, às 21 horas, na Cidade das Artes; reunindo um belíssimo repertório musical, que você confere entre muitas curiosidades sobre sua carreira, nesta entrevista concedida ao Divã Cultural.  Não deixem de assistir essa deliciosa troca de idéias e procurem garantir o seu lugar neste show, o mais breve possível no "Ingresso Rápido", para este espetáculo imperdível! 


Galeria de Imagens








Plácido Domingo Jr., Nádia Figueiredo e João Carlos de Asssis Brasil ao piano
Nádia Figueiredo e Plácido Domingo Jr. em apresentação na Cidade das Artes
Momento do espetáculo "Juntos"
Nádia Figueiredo com o músico João Donato ao piano
Nádia Figueiredo com o cantor Daniel, como convidada em sua apresentação no Coliseu do Porto (Portugal)
A soprano Nádia Figueiredo em companhia do tenor Plácido Domingo

No programa "Encontro", Fátima Bernardes Plácido Domingo Jr., Nádia Figueiredo e João Carlos de Assis Brasil
Fátima Bernardes e Nádia Figueiredo



Contos da Madrugada - ARDIL






Noite de Halloween na boite mais concorrida da cidade.  A pista de dança lotada, era banhada por um verdadeiro arco-íris de luzes de led, com efeitos temáticos tridimensionais, que propiciavam aos animados frequentadores, o ilusionismo sensorial necessário para que se sentissem interagindo com figuras espectrais, ao mesmo tempo em que se entregavam de corpo e alma, a sonoridade "techno", a cargo de experientes DJs. No amplo mezanino do estabelecimento havia um espaço de ambientação reservada, porém de inspiração gótica e futurista, não menos sedutora; destinado a solteiros que desejavam se conhecer ou mesmo casais, ansiosos por um cantinho mais intimamente aconchegante, para dar vazão às fantasias apaixonadas. Esta atmosfera "noir", era o cenário perfeito para encontros tão previsíveis quanto inusitados; aproximando pessoas de universos existenciais aparentemente incompatíveis, porém essencialmente familiares, quando se dispunham a confidenciar a natureza de suas dores mais secretas. Elegantemente trajando um figurino vampiresco, que se harmonizava a uma maquiagem discreta, evocando completa semelhança com o famoso visual da atriz Catherine Deneuve no filme de horror cult dos anos 80, "Fome de Viver"; a jovem Marina se despedia do barman, sempre se valendo de seu exuberante poder de sedução, começando a se aproximar lentamente da mesa de seu acompanhante, trazendo nas mãos, uma taça de tequila para ela e um pequena garrafa de vodka, para ele. Caio até então, apenas tomava sua água tônica, vestido como um autêntico Conde Drácula; olhando fixamente para a mesa de uma bela e solitária mulher, estilosamente caracterizada de Mulher-Gato, que não tirava os olhos dele.
- Perdi alguma coisa enquanto passava o número do meu whatsapp, para o gostoso garoto do bar?
-  Não seja vulgar, Marina. Já foi bem mais seletiva.
-  Como você, que não desvia o olhar da mesa daquela qualquer?Caio, tenha dó! (salienta ironicamente em baixo tom de voz, procurando não demonstrar na serena e sorridente fisionomia, o teor depreciativo de suas palavras).
- Por acaso avistou alguma outra opção mais tentadora, para esta noite?
- Claro que sim. Uma irresistível tentação masculina.
- O quê? Já conversamos sobre isso. Sabe da minha preferência por mulheres sozinhas e fragilizadas emocionalmente, São mais fáceis de serem convencidas e conduzidas!
- Mentira, meu bem! É que você não curte menáge à trois, quando tem dois homens e uma mulher, na brincadeira.
- Ok. e se for por isso mesmo ... Não me agrada a ideia de ver outro cara transando com você na minha frente. Mulheres trocando carícias, tudo bem. É fetiche masculino mesmo. Mas ver outro homem te fazer gozar... É um pouco demais pra mim!
- Adoro esse teu olhar ciumento! Mas nem vamos chegar lá, sabe muito bem disso. A dose certa de um eficiente "boa noite cinderella", vai fazer o sujeito capotar, com o rosto bem no meio dos meus seios; sem nem ter tirado as calças! (comenta, sorrindo maliciosamente, olhando em seguida para outra mesa que lhe servia de alvo, para aquela noite).
- E posso saber quem é essa vítima tão especial?
- Olha para sua esquerda; mesa 13. Meu número da sorte!
Caio inclina o pescoço, visualizando rapidamente as mesas naquela direção, até encontrar em poucos segundos, o charme indiscutível de seu ocupante, vestindo o conhecido figurino do "Fantasma da Ópera". Sentiu uma ponta de inveja do sujeito, mas tinha de admitir que aparentava um homem de posição social privilegiada.
- O que sabe sobre ele? Você não visaria o cara, somente pelos belos olhos.
- Que bom me conhecer tão bem! Quarentão, divorciado; gosta de frequentar bares ou boites para solteiros e casais liberais. Foi numa festinha de dia das bruxas, que veio a conhecer sua "ex", há dois anos. Acho que voltou para ver se descobre outra mulher que o surpreenda, numa segunda tentativa. O barman me deu o serviço todo! Trabalhou em outra casa, similar a esta, onde o distinto senhor, frequentava direto, quando estava sozinho. Ele é formado em engenharia e tem sua própria firma de construção. O pai parece que era um renomado senador da República. Melhor nível de referência, impossível!
- Minha querida, o dia que se enjoar dessa vida aventureira comigo, podia trabalhar na polícia. Espero já ter me aposentado até lá.
- Engraçadinho... E aí, vamos nessa ou prefere aquela gata de rua, que com certeza, não tem onde cair morta?
- Qual o nome dele?
- Lauro Bergamini.
- Gostei da sonoridade. Qual o nosso roteiro, já que a indicação é sua?
- Somos amigos de infância e você me acompanha  em quase todas as baladas.  Marcou com seu bofe esta noite, para tentarem voltar às boas, mas até agora não apareceu. Antes que se sinta uma abóbora, depois da meia-noite, resolveu aceitar minha sugestão de conhecer pessoas novas e interessantes. 
- Muito engraçado, gata! Essa ainda vai ter troco. Mas por hora, é um bom plano.
- Espera, deixa eu concluir. Eu começo a beber com ele e quando der a primeira vacilada, enquanto estivermos nos beijando, você dá aquele "trato" no copo de bebida dele. Logo depois, eu proponho continuarmos nossa festinha, no meu quarto de hotel, onde estou hospedada. Você muito gentil, se oferece para nos levar no seu carro; já que é o menos alcoolizado da mesa; além de conhecer todos os atalhos nessa região para escapar de uma blitz na madrugada. Romântico, não é?
- Chega de falatório; o que estamos esperando?
- Meu amor, deixa que eu vou na frente, jogando charme, enquanto levo nossas bebidas para uma nova mesa.
A abordagem foi bem sucedida. Após alguns minutos de conversa descontraída, os três já sorriam amistosamente, como se fossem colegas de longa data. Lauro comentava  sobre suas equivocadas escolhas amorosas. Marina,  fazia o tipo carente, sentino-se derrotada por suas utópicas expectativas de um amor sincero, intenso, que a libertasse de todas as inseguranças. E Caio, parecia o mais deslocado, na defesa de sua narrativa confessional, atendo-se a superficialidade  de suas supostas decepções no relacionamento com o imaginário masculino. Como em todo ritual de sedução, a mentira por mais fraca que fosse, tinha um rápido poder regenerativo, tecendo por diferentes motivações, sua teia de tramas edificantes, capaz de camuflar  os segredos mais hostis e dignificar  a farsa das mais nobres intenções.
Em determinada hora, pouco antes de saírem, quando Lauro e Marina se entregavam  ao furor incontrolável de toques , carícias e beijos, que anunciavam a promessa de uma entrega absoluta; Caio estrategicamente,  deposita a droga no copo do empresário, deixando que ali se misturasse ao restante da bebida. Nesse momento, ele contempla aquela cena amorosa, experimentando uma estranha sensação de torpor; deixando a visão turva, alterando o ritmo dos pensamentos, fazendo-o perder repentinamente o foco da imagem a sua frente; para resgatá-la em seguida, numa inusitada desagregação espectral. Caio passou a observar Lauro a partir de uma deformação fisionômica, de aspecto nitidamente demoníaco. A pele cinzenta, os olhos crispados, banhados em suas órbitas por um líquido viscosamente sanguíneo, realçavam o comportamento de um animal em fúria. Ele via a estranha transfiguração física de Lauro, lançar-se de forma assustadora sobre o corpo indefeso de Marina, imobilizando-a num abraço violento, intimidando e dominando sua presa, segundos antes de mergulhar a boca entre seus lábios, simulando um beijo, que na verdade se traduzia num ataque voraz, sufocando-a e impedindo seus gritos. Apesar da altíssima sonoridade da música que vinha do salão, Caio conseguia distinguir a especificidade daqueles terríveis ruídos. O prensar de dentes, seguido pelo estalo seco da mandíbula, a retalhar uma tenra espessura de carne, antes da mesma ser  inteiramente cortada, provocando uma torrente de sangue, a se esvair pelos cantos dos lábios de Marina, ao mesmo tempo em que o impetuoso agressor, cuspia a língua arrancada, sobre a superfície da mesa.
Caio vivenciou um súbito espasmo muscular, acompanhado por um calafrio que percorreu todo seu corpo, numa espécie de convulsão involuntária. Ao olhar novamente para o semblante de Lauro, o que viu foi a insólita metamorfose de sua imagem, numa figura feminina, de traços semelhantes aos dele, como numa projeção olográfica de uma identidade gêmea, do sexo oposto. 
-  Ei, Caio; você está bem? Que diabo aconteceu? ( indagou Marina, estarrecida mediante a expressão de pânico, estampada nos olhos dele). - Você ficou pálido; agora é que o sangue voltou a dar uma cor no seu rosto. Acho que anda fraco para bebida, meu querido! (brincou Marina, tentando amenizar a situação um tanto constrangedora).
- Não sei, foi estranho... Me desculpem. Melhor ir ao banheiro, jogar uma água no rosto. (pondera Caio, já refeito da bizarra situação).
- Entendo nosso amigo. Certas vezes, nossos fantasmas interiores nos visitam, nas ocasiões mais surpreendentes. Depois, dias como este, deixam a atmosfera muito carregada, se é que me entendem... Especialmente numa boite lotada, com todo tipo de energias em silencioso conflito. (divaga Lauro, fitando Caio, demoradamente).
- Não sabia que também era especialista em assuntos místicos. (comenta Marina, procurando adular o ego de Lauro e manter  o mesmo tom leve, de brincadeira).
- Apenas procuro preservar a curiosidade por temas que vão além da nossa compreensão e nem sempre lhes damos a devida importância.
_ Bom, obrigado pelas palavras de conforto, Lauro. Já volto!
- Ei, meu querido; que tal quando retornar, anteciparmos a ideia de encerrar a noite na minha suíte lá do hotel? Garanto que todos vamos nos sentir bem melhores.
- Vocês estão de carro? Porque eu vim de táxi. Não gosto de pegar a direção, quando não tenho hora para voltar.
- Então é sua noite de sorte, Lauro. Seguimos no carro do Caio. Pode ser, meu amor?Se não estiver bem, eu dirijo.
- Agora está tudo bem; foi só uma indisposição passageira.( conclui Caio, retirando-se ainda meio sem graça).
Sozinho no banheiro, ele lava o rosto com calma, respirando fundo, ao encarar o próprio reflexo no espelho.
Ao saírem da boite, encaminhando-se até o carro, o clima emocional entre eles era de completa interação. Caio assumia o volante, enquanto Marina e Lauro se acomodavam de forma aconchegante no banco de trás. Sugerindo a ele que deitasse em seu colo, Marina desliza os dedos suavemente entre seus cabelos, passeando o olhar pelo seu corpo, antes de se inclinar de maneira sedutora, para beijar seus lábios. Em seguida, ao perceber que este fechara momentaneamente os olhos, ergue os seus em direção ao espelho retrovisor, sorrindo maliciosamente para o amante, movimentando a boca lentamente, sem emitir som, apenas para que visse o que ela queria dizer: "Eu amo você".
No decorrer da longa trajetória até o hotel, Lauro nos primeiros minutos, já estava sentindo uma sonolência incomum, o raciocínio tumultuado, mergulhando num tipo de transe involuntário, enquanto repousava no colo de Marina; sendo sugestionado pelas palavras dela, a lhe dizer a senha do cartão de crédito. Como se estivesse sob efeito de sonambulismo, ele interage com ela, finalmente respondendo a seus insistentes pedidos, antes de perceber tudo se apagar a sua volta.
Confiante de que ele não respondia mais aos estímulos, ela começa a percorrer o bolso do paletó do acompanhante, subtraindo primeiro a carteira, de onde conferiu a quantia de que dispunha e se animou diante dos dois cartões de crédito de uso internacional. Depois, retirou do pulso o Rolex e o belo anel Cartier, que consistia em trés alianças interligadas, de ouro amarelo, vermelho e branco.
- Conseguimos, meu amor. Conseguimos!
- Vou estacionar nesse desvio da estrada, para experimentarmos a senha. Espero que minha internet móvel não nos deixe na mão, ao acessarmos o shopping virtual.
- Calma, meu bem. Temos todo o tempo do mundo.
- Ok; transação efetuada. Coloca os outros objetos na sua bolsa, aqui no banco da frente.
- E onde largamos o corpo?
-Por aqui mesmo. Esta área é bem isolada, deserta. Até ele ser encontrado já teremos comprado meio mundo! (comemora Caio, esticando-se do banco para um beijo fortuito em sua amante e parceira de golpes).
Nesse interím, algo chama a atenção de Caio pelo espelho retrovisor.
- Marina, o cara voltou a se mexer.
- Impressão sua, isso não é possível!A dose que ele ingeriu, ia deixá-lo apagado por várias horas. ( discorda, incrédula, voltando a examinar o corpo, que ainda descansava a cabeça sobre suas pernas; notando que dessa vez,  Caio estava correto).
- O cara está acordando. Rápido, pega a arma no fundo da sua bolsa.
- Meu Deus, eu não vou conseguir atirar nele. Isso não estava nos planos.
Antes que Marina, começando a mostrar intranquilidade, conseguisse se afastar do corpo de Lauro, este apresenta uma reação imprevisível, surpreendendo o casal de ladrões.
Quando Caio se vira para pegar o revólver na bolsa, ao constatar a expressão atônita, aliada a falta de reação de Marina, depara-se com a incomum agilidade e destreza corporal do indivíduo, que até então, não oferecia o menor perigo. Parecia que o pesadelo de olhos abertos, retornava. Lauro tinha a aparência transfigurada, por uma fúria incontrolavelmente instintiva. Seu ataque ao corpo indefeso de Marina, rasgando-lhe a pele mediante uma força abominável, como se os dedos fossem garras afiadas e os dentes, presas insaciáveis, a partir com volúpia de sangue, para seu rosto e pescoço; fizeram com que Caio mesmo conseguindo ter a posse da arma, hesitasse em atirar dentro do veículo, devido a agitada proximidade entre os dois corpos, praticamente entrelaçados. Ele então, afasta o banco do carona, se lançando sobre as costas do oponente, tentando nocauteá-lo com o próprio impacto do revólver, na cabeça. Mas durante o contato físico com o inimigo, se dá conta do quanto sua atitude era inútil, diante de uma força sobre humana. Lauro em meio a grunhidos primitivos, ignora o peso corporal de Caio, arremessando-lhe com tal violência contra a porta traseira do carro, que esta é arremessada para fora, trazendo junto seu adversário.
Caído no asfalto, ainda atordoado pelo choque, Caio olha para aquela criatura insandecida, duvidando de que mantivesse algum traço identificável de humanidade. A musculatura contorcida do rosto, a vermelhidão excessiva dos olhos, assemelhava-se a de viciados em drogas altamente tóxicas; deixando o indivíduo dissociado de qualquer resquício de civilização. Nesse instante, sem outra alternativa, Caio tornou a pegar o revólver abandonado ao chão,  voltando a se aproximar do veículo, tendo a nuca do agressor sob sua mira, para um único e certeiro disparo.  Antes disso, o corpo de Marina foi arremessado a seus pés. Inteiramente desfigurada, tendo ferimentos profundos por todo o corpo; ela permanecia inerte, sem vida, diante dele. Ele atirou a esmo na direção do veículo, sentindo a mão tremer de agonia, comprometendo a precisão dos disparos. Desesperado, ajoelhou ao lado de Marina, chorando convulsivamente, enquanto ainda apontava a arma para o inimigo que se aproximava, trazendo nos olhos uma expressão diabólica, sarcástica, demonstrando um súbito regate do controle sobre seus atos; como se tudo fosse fruto de um grande teatro mórbido. 
_ Afinal de contas, o que é você? (pergunta Caio, em lágrimas, engatilhando mais uma vez a arma).
- Será que não vê? Eu sou o bode expiatório de toda sua culpa! A cobiça, a fúria, o sangue... Você a matou Caio. O inimigo sempre foi você! (disse a voz de Lauro, estranhamente corrompida por um tom grave,longínquo, surreal, ecoando por toda a solidão da estrada).
Nesse instante, Caio emite um grito tomado pela agonizante conturbação mental, erguendo num gesto impulsivo, o revólver em direção a própria cabeça.

A sensação era de um lapso temporal, capaz de transportá-lo indubitavelmente à uma realidade alternativa. Um silêncio inusitado, ainda parecia envolvê-lo por completo, numa densa névoa de devaneios, contendo espectrais versões de uma mesma possibilidade trágica. Ao abrir os olhos, Caio vislumbra um extenso painel branco sobre sua cabeça, adornado unicamente por duas luminárias, que ofuscavam momentaneamente sua visão. Ele estava consciente de que o corpo descansava na confortável estrutura de um colchão, tendo dois macios travesseiros sob a nuca. Olhou para os lados e avistou outra cama, vazia; além de algumas peças de mobiliário hospitalar, indicativas de que se encontrava no salão de uma enfermaria. Fez menção de levantar, mas algo o impedia. Olhou para baixo, descobrindo que sua roupa se resumia a uma longa e larga túnica, tipicamente usada por pessoas enfermas internadas. O mais inquietante para ele no entanto, foi constatar que suas mãos e pés, encontravam-se presos por amarras de couro, cujo função era o de manter seu corpo imobilizado àquela cama. Nesse instante, alguém abre a porta do quarto. Uma enfermeira de idade mediana, se aproxima trazendo um sorriso amistoso entre os lábios e portando uma pequena bandeja, onde equilibrava um copo d'água, junto a um pequeno recipiente com dois comprimidos.
_ Que bom já ter acordado! Hora da medicação. É aconselhável continuar mantendo seu repouso.
- Não quero remédio algum! Como vim parar aqui... E porque me deixam preso como um animal?
- Calma, daqui a pouco o doutor vai chegar e poderá esclarecer todas as suas dúvidas. Agora, não dificulte as coisas e tome sua medicação. É para seu próprio bem. Caso contrário, vou ter de contar que não está colaborando e as coisas vão ficar piores para o seu lado... (adverte a enfermeira, numa proposital intimidação).
Sem ter como reagir, Caio não vê outra alternativa, a não ser aceitar os comprimidos que a enfermeira coloca em sua língua, levando o copo com água até sua boca.
- Como se chama?
- Fernanda.
- Pois bem, enfermeira Fernanda, quem me trouxe para este lugar... Havia uma mulher comigo. Onde ela está?
Fernanda olha bem para ele, decidindo cautelosamente, se deveria contar o que sabia. Baixando a cabeça, como se estivesse constrangida de falar, adianta alguns fatos.
- Na mata, a beira da estrada, houve uma grande explosão; que chamou a atenção dos funcionários do hospital, apesar da relativa distância. Você foi encontrado em estado de completa desorientação psicológica. Não sou médica, mas pela experiência de muitos anos no setor de Saúde Mental, você apresentava o perfil de um surto psicótico. Os enfermeiros tiveram muito trabalho para dominá-lo.
_ O que eu fazia a ponto de dificultar tanto minha captura...
- Agia como uma fera, sem qualquer controle. Quanto a mulher a que se refere... Ela foi vítima dessa violência. Bom, acho que já falei demais. - ( conclui a enfermeira, sendo sinalizada por sua visão periférica,sobre a aproximação de um importante médico pelo corredor). - O chefe do departamento de Psiquiatria, já vem chegando para colocá-lo a par de tudo.
- Espere, por favor. O que aconteceu com a moça que agredi...
- Sinto dizer, mas você a matou. - (revela Fernanda, distanciando-se da cama, ao notar a entrada do médico no quarto). 
- Bom dia, doutor Lauro! Ele acabou de tomar a medicação que preescreveu.
Caio ergue os olhos na direção dele, inteiramente surpreso; acompanhando os movimentos daquele homem alto, magro, de impecável jaleco branco por sobre uma camisa social azul, com discreta gravata da mesma cor. Ele trazia uma cômoda prancheta nas mãos, onde se via anexado um pequeno tablet.
- Obrigado Dona Fernanda. Agora pode se retirar. Preciso ficar a sós com nosso cliente.
A enfermeira se retira imediatamente, enquanto os olhos de Caio irradiavam todo ódio que sentia, forçando simultaneamente, as amarras, responsáveis por impedí-lo de avançar em direção ao sádico oponente.
-  Chega de encenações Lauro! Eu quero a verdade. Que tipo de loucura é esta?
- Apenas a que planejei criar na sua mente. O Lauro empresário, vítima sob medida de seus golpes, nunca existiu. Eu e Marina, conseguimos lhe dar vida, para que fosse nossa isca ideal, capaz de me conduzir até você.
- Mentira! Minha garota jamais me trairia, para se aliar a um psicopata. Ela não perderia todo bom senso, se voltando contra mim e se aliando a um infeliz solitário, que caiu na nossa conversa.
-  Engano seu, meu caro. Vamos fazer uma breve viagem no tempo. Mais especificamente para 14 de agosto de 2016; data da morte de Érica Bergamini; minha irmã gêmea. Esse nome não lhe diz nada?
- Claro que não. Mal faço ideia do que está falando.
- Eu já esperava. Afinal foram inúmeros golpes, cujas vítimas nunca passaram de descartáveis estatísticas, no noticiário policial. Mas posso avivar sua memória. Minha irmã, Érica, comemorava o aniversário com amigas da faculdade, num bar temático no Baixo Gávea. Eu e ela, só iríamos nos encontrar no final do dia seguinte, para celebrarmos nosso aniversário, em razão de meu plantão aqui, nesse hospital. Mas aí, alguém surgiu no caminho dela, durante aquela terrível noite, impedindo que a visse com vida novamente. Enquanto  se divertia coma as colegas naquele bar, um estranho de fala mansa e galanteador se aproximou, aproveitando de sua boa fé, na criatura humana. O sujeito a seduziu, ganhou sua confiança; a ponto de que não voltasse de condução com as amigas, preferindo aceitar mais tarde, a carona cheia de simpatia de um desconhecido. Oferecendo-se então para levá-la emcasa, ainda dentro do carro, o indivíduo dopou ela, roubando-lhe todos os pertences e sugestionando-a a lhe passar a senha do cartão de crédito, para fazer sua limpa geral, como o ladrão covarde que ele era. Sem deixar passar a oportunidade de abusar daquela linda mulher, sem defesa e desfalecida naquele carro, depois se livrou do corpo, abandonando-a numa esquina deserta qualquer. No relatório policial, constava que minha irmã não morreu por efeito da administração da droga; mas sim por outro fato ocorrido, durante a madrugada. Assim que despertou, após horas desfalecida, teve de fugir de dois marginais adolescente, que tentaram estuprá-la. Tendo os sentidos ainda anestesiados, pela exposição ao narcótico, atravessou a pista de alta velocidade, em completo desespero; sendo vítima de um atropelamento. Quando a ambulância chegou, já era tarde demais. Minha irmã estava morta. Sabe de uma coisa? O sonho dela era se formar em Direito. Começou a faculdade tarde por ter casado muito novinha e ter investido quase dez anos, num relacionamento muito conservador, onde o marido ciumento não lhe permitia seguir seus objetivos. Quando finalmente se divorciou, falou para mim que estava renascendo e que me orgulharia de ter uma advogada na família. Mas então você apareceu; e em menos de 24 horas, roubou tudo isso de mim! No dia do enterro dela, jurei para mim mesmo, que chegaria até o verdadeiro assassino dela. A polícia não evoluía nas investigações, seja por incompetência ou pouco caso, ao se deparar com mais um caso entre tantos, que sequer tinha atenção privilegiada da mídia. Decidi então contratar um conhecido meu, ex-policial, investigador particular, que em pouco tempo, me colocou na cola de um ardiloso casal de ladrões; atuante em várias regiões aqui do Sudeste. Cheguei primeiro até sua amante, Marina. Especialmente quando soube de seu secreto drama familiar, o qual me levaria mais rápido do que imaginava até o seu encalço. Ela tinha um filho, criado pela avó materna, com grave problema de saúde. Em determinados períodos, precisava se internado com certa urgência em função de uma doença rara na medula; que apontava para a necessidade de um transplante. A fila para receber uma doação nesse país, pode ser bastante cruel, para quem luta contra o tempo. Tomei então conhecimento, de que no dia em que esteve com minha irmã, vocês não aplicaram o golpe juntos. Marina estava no Espírito Santo, com o filho internado. Quando me aproximei dela, contei minha história; e já sabia o que propor e como pressioná-la a aceitar minhas condições. Assegurei que não tiraria a vida de seu amante; mas  lhe daria um castigo corporal, do qual jamais se esqueceria, comandado por homens que contratei. 
- Começou a fazer chantagem, se utilizando da fragilidade de saúde de uma criança inocente. Imagino que ameaçou entregá-la às autoridades, o que a deixaria longe do filho, no momento em que mais precisava dela. E certamente contou sobre minha conduta abusiva com sua irmã; afetando a autoestima dela, a fim de que não recusasse se vingar de mim. Pelo que vejo, Doutor Lauro, não somos muito diferentes, no que se refere à cruel indiferença aos sentimentos alheios.
- Infelizmente, a vingança aproxima a falta de escrúpulos do agressor, da fome por justiça, das vítimas. Sou o efeito colateral do combate a seres desprezíveis como você e sua amante. Mas até que ela me foi útil, ajudando a preparar a cilada perfeita pra você, naquela boite. Quando foram a minha mesa, já havia dopado sua bebida. Só que não exatamente com a substância tão conhecida de seus golpes. Por trabalhar na área psiquiátrica, sempre fui um estudioso de farmacologia aplicada e estudos neurocientíficos. Pesquisava há algum tempo os efeitos avassaladores da sintetização de uma droga, comercializada em pequena escala por  vários países da Europa e algumas regiões do território norte-americano, onde se começou a misturar o LSD à cocaína, provocando resultados imprevisíveis. Entre os sintomas da chamada droga do apocalipse, estavam episódios de canibalismo, registrados em outros países como a Rússia, por exemplo. Delírios persecutórios, demorada privação da consciência, amnésia, taquicardia, alterações metabólicas... Agora compreende que sua visão demoníaca, não dizia respeito ao sobrenatural, mas a uma circunstância tragicamente real! Quando depositava sobre mim a crueldade pelas agressões a sua namorada, na verdade; era sua estrutura psíquica criando um mecanismo de defesa inconsciente, ao fato de assumir seus próprios ímpetos monstruosos. Havia uma mistura na sua mente entre o que podia filtrar daquela realidade e os fatos abolidos de sua responsabilidade e transferidos para outra pessoa, capaz de encarnar sua selvageria. Apenas quando em total desespero, cogitando o suicídio, esta barreira se rompeu, permitindo que saísse de seu sono delirante e acordasse finalmente aqui.
-  A ideia de pegar esse trajeto, até as proximidades de um hospital psiquiátrico tão afastado da área urbana; assim como a providencial explosão do carro, a fim de atrair a atenção dos enfermeiros, para que ficasse sob seu domínio, antes que a polícia viesse atrás de mim... Foi tudo executado por você. Canalha! A quanto tempo estou prisioneiro nessa cama?
- Dois dias. A polícia já tomou ciência de toda situação e aguardam sua alta, para levá-lo sob custódia. Seus últimos instantes de liberdade, se encontram nas minhas mãos.
- Marina... Eu preciso vê-la.
- Não se preocupe. Tomei todas as providências, para que tenha um enterro digno.
- Seu louco desgraçado! Não faz o menor sentido. Eu fui o agente deflagrador de todo seu sofrimento. Por que poupar minha vida e tirá-la de Marina? Quando me soltar daqui, vai se arrepender de não ter me matado; me oferecendo uma chance de estar livre e perseguir você onde estiver. 
- Este é o tipo de arrependimento, que jamais terei. Acha realmente que me importo com suas ameaças? Acabou de falar na sensação de estar livre, para fazer o que bem quiser. Mas desconhece o misterioso poder dessa ideia. Ser livre, é aprender a derrotar o medo. Quando me deparei com os olhos vazios, sem vida, de minha irmã; descobri o quanto era fraco, impotente, submisso a toda e qualquer forma de sofrimento. Precisava encontrar uma maneira de ensinar ao Outro, o que significa a dor de perder, o que você mais ama!... E para seguir nessa cruzada existencial, precisei conhecer e vencer o medo de abrir mão de um futuro, de uma felicidade conformista, farsante; de qualquer possibilidade de busca pelo sucesso individual ou mesmo da conquista ilusória, de uma paz espiritual. Eu encontrei o verdadeiro poder. O poder de vida e morte, sobre o destino de alguém, sem  importar as consequências, para mim mesmo! Ao abraçar uma convicção, uma ideia, você se torna tão abstrato e imortal quanto ela. Nada do que possa imaginar fazer contra mim, vai apagar o que minha atitude desencadeou sobre sua vida, para sempre. Eu, divinamente, o transformei no assassino, que lá bem no fundo, já existia em segredo; quando abandonou minha irmã e tantas outras vítimas indefesas a própria sorte, permitindo que a brutalidade do mundo pudesse tocá-las. A partir de hoje, quando olhar a própria imagem, capturada no espelho, vai saber que naquele rosto convivem a saudade dolorosa pela perda do que mais amou; e o ódio, por  ter sido o algoz, responsável pelo seu fim.
Nesse momento, Caio enfurecido, movimenta violentamente os pulsos e as pernas, no ímpeto irascível de se libertar. Mas logo percebe a inutilidade de seus esforços, ao tentar arrebentar as correias que  continuavam a mantê-lo preso àquele leito. Uma indesejável resignação, aliada ao efeito entorpecedor dos remédios que começavam a fazer efeito, insistiam em reconduzí-lo ao tormento do sono, a um novo labirinto de imagens persecutórias, ardilosamente demoníaco. 
O psiquiatra então se aproxima; com o sereno pragmatismo de um cientista, a estudar as reações da cobaia ao seu experimento; murmurando para si mesmo: - Bons sonhos, meu aprendiz.





domingo, 22 de outubro de 2017

Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a escritora Marina Colasanti, no evento "Conversa Literária", em Cidade das Artes.








Marina Colasanti transitou por várias vertentes literárias: crônicas, contos, poesias, obras de literatura infanto-juvenil; tendo atuado de forma relevante no jornalismo; além é claro de sua formação nas artes plásticas, tornando-se ilustradora de seus próprios livros.  Em 1992 lançaria seu primeiro volume poético, "Cada Bicho Seu Capricho".  Dois anos depois, ela ganharia o prêmio Jabuti de Poesia pelo livro "Rota de Colisão".  Sua obra infantil também seria contemplada por esta premiação, conquistada por "Ana Z Aonde Vai Você?", de 1999.  Marina também visitou constantemente o gênero das crônicas, compiladas em diversas obras, entre as quais "Eu Sei, Mas Não Devia"de 1992.  Nestas histórias breves, a escritora medita sobre eventos corriqueiros, abordando normalmente questões femininas, o amor, a produção artística, as questões sociais de nosso país, revelando sempre profunda delicadeza.
Sua primeira publicação infantil foi o livro de contos Uma Idéia Toda Azul" (1979), que logo conquistou o prêmio O Melhor para o Jovem, concedido pela Fundação Nacional do Livro Infanto e Juvenil.  A autora está sempre viajando pelo Brasil e por outros países, realizando diversos cursos e conferências.  Como este encontro na Cidade das Artes, dentro do projeto "Conversa Literária", sob a curadoria e direção da professora Cíntia Barreto,


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Com a escritora Marina Colasanti




























sábado, 14 de outubro de 2017

Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a atriz Michelle Martins, sobre o espetáculo "Casar Pra Quê?", em Teatro dos Grandes Atores (Shopping Barra Square).






A peça trata com muito bom humor das diferenças vividas dentro de um casamento em que, mesmo com tantas arestas, é mantido pela força do amor.  "Casar Pra Quê?" é uma comédia romântica que nasceu da vontade do ator e autor Alessandro Anes, de levar para os palcos um espetáculo onde a comunicação com a platéia fosse feita de maneira intimista e divertida; a partir da observação de trechos de conversa de bar, papos pelos corredores, onde foi colecionando pérolas do complicado relacionamento entre homens e mulheres.  Ela, vendo a vida de um jeito que para ele é totalmente absurda; e ele querendo curtir de uma forma que para ela é inadmissível.  E o mais louco de tudo: um não vive sem o outro.
A comédia, que estreou em agosto de 2007, tendo passado por quase todos os palcos cariocas, além de viajar por grandes cidades, de norte a sul, em suas três turnês pelo Brasil; comemora em 2017, dez anos em cartaz, com mais de 800 mil espectadores, destacando-se como sucesso de crítica e público.  Este ano, apeça vem com novos quadros, direção de Eri Johnson e a bela performance da atriz Michelle Martins, neste contexto comemorativo, acompanhando a peça no decorrer dos últimos cinco anos.  O espetáculo está em cartaz no Teatro dos Grandes Atores (Shopping Barra Square); sexta e sábado às 21 horas e domingo às 20 horas. Vale conferir!

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Com a atriz Michelle Martins

A atriz Michelle Martins e o ator e autor da peça Alessandro Anes



Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a atriz Rayssa Bentes, integrante do elenco do espetáculo infantil "Porquinhos - O Musical", em Teatro Bradesco - Rio.






Momento selecionado do espetáculo


O musical conta a clássica história dos porquinhos que viviam na floresta e decidem construir cada um a sua casinha.  Os porquinhos Kika, Rosa, Pietro e Lobo Maumau vão alegra a criançada; numa linguagem infantil bastante interativa, fazendo com que a platéia participe ativamente do espetáculo.  No Teatro Bradesco - Rio, são 4 apresentações marcadas para os dia 12, 14, 21 e 28 de outubro com sessões às 15 horas.  Os números musicais passam por gêneros como o jazz, blues, pop e rock.  O texto de Dharck Tavares, com direção geral de Allan Ragazzy, é transformado em um musical para toda a família, incluindo a participação de bailarinos e de uma estética visual que remete a grandes musicais.


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Com a atriz Rayssa Bentes














Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a cantora, compositora e atriz Paola Poliny em Shopping Village Mall.






Paola Poliny interpreta "Mundo Gira"


Em um final de tarde especial na companhia da atriz, cantora e compositora Paola Poliny, realizei uma prazerosa e enriquecedora entrevista versando sobre sua dinâmica carreira artística, tanto na música como no teatro.  Na música começou a compor aos 17 anos, tendo Elis Regina como sua maior fonte de inspiração.  Aos 13 anos começou a estudar teatro no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.  Aos 18, depois de morar e estudar em São Paulo, chegaria ao Rio de Janeiro, onde participou de 2 peças com o diretor Daniel Herz e integrou o elenco de "Chacrinha - O Musical".  Participou também do elenco da peça "Paixão de Cristo", ao lado Rocco Pitanga, Zezé Motta, Tonico Pereira e grande elenco.  E ultimamente vem lançando suas composições, entre elas a música "Meu Menino", no canal Elefante Sessions do Youtube.  Confira mais detalhes sobre sua talentosa trajetória artística, na entrevista concedida acima, so Divã Cultural.



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Com a cantora, compositora e atriz Paola Poliny




Paola Poliny se apresenta no The Voice Brasil (2017)
Momento da carreira musical durante evento na Cidade das Artes

No elenco de "Chacrinha - O Musical"


Paola Poliny como Gracinha Copacabana, em companhia da amiga Ivni Freitas, como Regina Polivalente