O espetáculo, baseado no clássico do poeta francês Jean Cocteau, de 1930, é uma comédia dramática que nos apresenta a solidão de uma mulher intimamente inconformada pelo término do relacionamento com o homem de sua vida. Numa tentativa desesperada, apesar da distancia que a separa de seu amante, sempre tão fugidio, envolto em mentiras e agora nos braços de outra mulher; ela se utiliza do recurso de uma linha telefônica, para através da palavra, da emoção de sua voz, viver o sonho angustiante de reconquistá-lo. " A Voz Humana", é o primeiro monólogo da carreira de Claudia Ohana; e um desafio artístico, depois de 35 anos de uma trajetória vitoriosa em cinema, teatro e televisão; que ela tem o prazer de dividir com seu público, valendo-se de apurada dramaticidade e elegante senso de humor. Com direção de José Lavigne, a peça está em cartaz no Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea), até 20/12/2015; aos sábados, 19 horas e domingos, 18 horas. Vale conferir !
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a atriz e dubladora Ana Paula Schneider.
2015 foi o ano de Alice! Diversas homenagens pelo mundo inteiro, entre filmes, exposições e montagens teatrais, comemoraram os 150 anos da clássica personagem de Lewis Carrol; o matemático inglês capaz de criar um universo onírico de intrigantes descobertas, que vem encantando gerações de crianças e também de adultos dispostos a revisitar a obra, obtendo assim, enriquecedoras releituras do fascinante simbolismo desse conto de fadas.
No Brasil, entre tantas festividades envolvendo a obra de Lewis Carrol, o Divã Cultural, tem o prazer de destacar o recente espetáculo teatral em cartaz no Teatro Vannucci (Shopping da Gávea - Rio de Janeiro), com direção de Pedro Valério e tendo no papel de Alice, o talento da jovem e promissora atriz Ana Paula Schneider, também dubladora, com uma cativante vertente para a comédia; que conquistou a atenção da mídia, através de suas participações no programa Prêmio Multishow de Humor. Lá apresentou esquetes com performances muito elogiadas, que a projetaram para novos trabalhos artísticos, como este, protagonizando "Alice No País Das Maravilhas". No elenco, igualmente experiente e afinado com o tom singelo do espetáculo:: Carlos Darzé, Luiza Surreaux, Lorena Ramos, Ricardo Knupp, Rodrigo Naice, Vanessa Schnee, Sergio Somene. O espetáculo está no Teatro Vannucci, sábados, domingos e feriados às 16 horas. Vale conferir com toda família.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Diário de Bordo: Celebrando Nelson Rodrigues, no espetáculo "Otto Lara Resende ou Bonitinha Mas Ordinária", no Teatro da ABI.
Nada mais "freudiano" do que um texto de Nelson Rodrigues. Como já dizia Sigmund Freud, "Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos". E o teatro de Nelson Rodrigues, constitui a prova mais evidente desta verdade psicanalítica. Entre tantas obras emblemáticas, como "Vestido de Noiva", "Toda Nudez Será Castigada", "Perdoa-me Por Me Traíres", "Os Sete Gatinhos", "Otto Lara Resende Ou Bonitinha Mas Ordinária" (atualmente em nova montagem no Rio, no teatro da ABI); o polêmico gênio de nossa dramaturgia, incomodava o puritanismo hipócrita de uma sociedade conservadora, estereotipada; desde os seus primeiros espetáculos no início dos anos quarenta, auge do colapso de nossa civilização, que atravessava o período de duas hediondas guerras mundiais. Suas peças não eram datadas; não carregavam o estigma de um frenesi criativo momentâneo. Continham a essência universal, atemporal, das tragédias gregas; da arqueologia social, política e psicológica, dos textos shakespereanos; mesmo quando aparentemente falavam de situações típicas do cenário urbano carioca ou do cotidiano brasileiro.
O roteiro nelsonrodrigueano, sempre foi povoado por arquétipos da natureza humana, suplantando toda e qualquer barreira geográfica ou histórica. Suas personagens, esculpidas por sentimentos ambivalentes e paradoxais, nos fazem encarar de frente todas as faces de nossa personalidade, escondidas sob sucessivas máscaras de farsesca adaptação social. Brutais, ingênuos, sarcásticos, impostores, românticos, suicidas; enfim, uma diversidade de tipos psicológicos, podem ser revisitados em suas obras, que parecem contextualizar duas outras observações freudianas, realizadas no século passado, capazes de confirmar mais do que nunca, a contemporaneidade distópica em que vivemos, naufragando entre a falência da globalização e os extremismos da intolerância, tanto nas redes sociais, como testemunhando diariamente "a vida como ela é". Freud dizia: "É quase impossível conciliar as exigências do impulso sexual e da agressividade, com as da civilização". E pouco tempo depois, acrescentaria em outro de seus textos: "Em última análise, precisamos amar para não adoecer". Esta dualidade de assumir o incontestável, sem desfazer de uma perspectiva de esperança na consciência humana também está presente na obra de Nelson, especialmente na possibilidade de redenção, assumida pelo casal protagonista de "Otto Lara Resende Ou Bonitinha Mas Ordinária". Neste espetáculo, a frase atribuída a Otto por Nelson, "o mineiro só é solidário no câncer", aparece diversas vezes de forma quase obsessiva sugerindo que apenas as situações de desgraça, abrem precedente ao aparecimento episódico da solidariedade, destoando da constante falta de escrúpulos, de caráter, do gênero humano. Tal idéia, também nos remete ao escritor Dostoiévski, quando conjecturava que, se Deus não existe, tudo é permitido, ninguém precisa ter sentimentos, escrúpulos, moral, absolutamente nada. No enredo de Nelson Rodrigues, como uma tentação espectral, esta frase assombra o contínuo Edgard, que oscila entre aceitar a propodsta de se casar, por dinheiro, com Maria Cecília, filha do milionário patrão (Werneck) e manter-se honesto, casando-se com Ritinha, o amor de sua vida. Quando tudo parecia indicar que a trama se encaminharia para uma tragédia, Edgard nos salva através da nobreza de sua atitude, ao queimar o cheque com o qual seu patrão tentara lhe corromper.
"Por meio do gesto extraordinário de Edgard, Nelson nos livra de um final funesto e, ao fazê-lo, acaba por oferecer um espaço de salvação para o Brasil, um suspiro de esperança, de dignidade e de honestidade em meio à generalização da corrupção que se tornou ordinária entre nós, contaminando nossas relações privadas e públicas." (Marta Fernández e Sacha Rodrigues)
O espetáculo é uma produção da Companhia Theatral Os Ordinários Do Palco, com direção de Ana Zettel e vinte talentosos atores no elenco. Entre eles, a participação especial do ator e produtor Nelson Vinicius Odenbreit Rodrigues (Sacha Rodrigues), neto do dramaturgo Nelson Rodrigues. Em cartaz no Teatro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Centro - Rua Araújo Porto Alegre, 71 / 9° andar; sextas e sábados às 19 horas, até 20/12/2015. Vale conferir !
"Por meio do gesto extraordinário de Edgard, Nelson nos livra de um final funesto e, ao fazê-lo, acaba por oferecer um espaço de salvação para o Brasil, um suspiro de esperança, de dignidade e de honestidade em meio à generalização da corrupção que se tornou ordinária entre nós, contaminando nossas relações privadas e públicas." (Marta Fernández e Sacha Rodrigues)
O espetáculo é uma produção da Companhia Theatral Os Ordinários Do Palco, com direção de Ana Zettel e vinte talentosos atores no elenco. Entre eles, a participação especial do ator e produtor Nelson Vinicius Odenbreit Rodrigues (Sacha Rodrigues), neto do dramaturgo Nelson Rodrigues. Em cartaz no Teatro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Centro - Rua Araújo Porto Alegre, 71 / 9° andar; sextas e sábados às 19 horas, até 20/12/2015. Vale conferir !
Rogério Ferraz entrevista a atriz Giovana Benitez
Rogério Ferraz entrevista a diretora Ana Zettel
Rogério Ferraz entrevista o ator e produtor Sacha Rodrigues
Elenco reunido: João Garrel, Tati Pasquali, Jamile Kras, Ana Zettel (diretora), Isabela Mantovani, Mariana Mendonça, Yara Brazão, Clícia Zoé Brandão, Cassiano Barreto, Giovana Benitez, Danielle Dias, Vanja Freitas, Rodrigo Candelot, Anna Kessous, Pedro Pauleey, Macximo Bóssimo, Alfredo Garcês, Márcio Vidall, Alan Camara e ao centro Sacha Rodrigues.
"Quando fui convidada para dirigir"Otto Lara Resende Ou Bonitinha, Mas Ordinária a quatro meses atrás, confesso que hesitei,,, Texto potente, muitos personagens e verba nenhuma... mas... como resistir ao chamado de Nelson Rodrigues. É preciso coragem e confiança para se lançar no abismo que Nelson propõe. Coragem porque é uma altura vertiginosa e confiança porque ele é um gênio e empresta a corda para que não nos espatifemos no solo. Eleco, equipe e proposta modificaram ao longo dos ensaios, foram entrando atores e técnicos tão apaixonados pelo "anjo pornográfico", quanto eu e a qualidade subindo. Considero o meu maior mérito como diretora a capacidade de reunir profissionais da melhor qualidade em sinergia com este desafio. Desafio aceito, aqui está o espetáculo feito com meu melhor." (Ana Zettel)
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Diário de Bordo: Rogério Ferraz na Noite de Estréia do Espetáculo "Versão Brasileira Möeller & Botelho - 25 Anos de Musicais
Como é prazeiroso revisitar 25 anos de uma parceria pioneira e vitoriosa do teatro musical brasileiro, onde a diversidade de opinião, sempre dialogou em harmonia, aparando arestas individuais, buscando o consenso da mais apurada beleza estética. Assim continua sendo o segredo da longevidade empreendedora da dupla Möeller & Botelho, que neste ano de 2015 celebram as bodas de prata de um relacionamento profissional baseado no autêntico compromisso de uma leal sensibilidade, inerente ao perfil de uma verdadeira identidade familiar. Malu Rodrigues, que o diga. Uma menina que viu seu sonho se realizar, como num musical da vida real; quando subiu ao palco pela primeira vez, sob o olhar atento e carinhoso de seus mentores e padrinhos da arte cênica, Charles e Claudio. Malu cresceu, como ser humano e artista, tornando-se uma jovem atriz de talento surpreendente, capaz de capturar nossa emoção com sua presença cênica, seu canto liricamente angelical e uma atuação precocemente madura, enternecida por cativante jovialidade.
O espetáculo Versão Brasileira - 25 anos de Musicais, com Claudio Botelho e Malu Rodrigues acompanhados pelos músicos Edgar Duvivier, Marcelo Castro e Thiago Trajano; recebeu no Teatro Clara Nunes, de seus fiéis admiradores, que acompanharam esta ousada trajetória teatral de 38 espetáculos, (entre musicais autorais, da Broadway, de Londres; nacionais, incluindo shows e revistas musicais); como também, um público mais recente, que ao estabelecer contato com suas obras atuais, foram arrebatados pelo saudável vício do encantamento, tornando-se ávidos por conhecer todos os passos desta jornada criativa cada vez mais próspera.
No palco, a performance de Claudio Botelho e Malu Rodrigues, envolve o público numa atmosfera familiar, como se estivesse participando daquele "lar" de lembranças acolhedoras; convidado a compartilhar da intimidade afetiva, de canções que fizeram parte não apenas da história de seus intérpretes, mas que também visitava mansamente nossas memórias de vida, privilegiando nossos corações com um banquete musical, de irresistível nostalgia.
Malu Rodrigues, que marca presença em seu décimo espetáculo, é a Musa tão querida de Charles e Claudio. Depois de atuar em "A Noviça Rebelde" (2008); protagonizar "O Despertar da Primavera" (2009); ser a doce Doroty de "O Mágico de Oz" (2012); participar de "7 - O Musical" (2007); "Beatles Num Céu de Diamantes" (2008), atualmente em nova montagem; "Um Violinista No Telhado" (2011); "Todos Os Musicais de Chico Buarque Em 90 Minutos" (2014) e "Nine - Um Musical Felliniano" (2015); Malu volta a nos emocionar, no belíssimo reencontro, com canções destes musicais. Destaco particularmente sua performance em "Mamma, Me Explica" (MammaWho Bore Me), de "O Despertar Da Primavera"; "Além Do Arco Íris" (Over The Rainbow), de "O Mágico De Oz"; e "Tatuagem", de "Todos Os Musicais De Chico Buarque Em 90 Minutos".
Claudio Botelho, nos brinda como intérprete em momentos magistrais, aliando o talento cênico, a uma descontraída comunicação com a platéia, digna do experiente e espirituoso showman, que se tornou no decorrer de sua carreira. Quando interpreta "Eu Tinha Um Sonho Pra Viver" (I Dreamed A Dream), do espetáculo "Les Miserábles", recordamos um de seus mais expressivos triunfos, que contribuiu para consagrá-lo como o maior versionista de nosso país. Em "Sassaricando", Claudio convida o músico Edgar Duvivier para dividir o aconchegante "sofá das boas lembranças"com Malu Rodrigues, apresentando uma canção amada por todos e acompanhada por um coro discreto e saudoso, vindo espontaneamente da platéia. E ao final do show, em dueto com Malu Rodrigues, imbuídos de uma deslumbrante leveza romântica, cantam "I"ll Never Fall In Love Again", canção do mestre Burt Bacharach, feita para o filme que no Brasil, foi intitulado "Se Meu Apartamento Falasse", próximo projeto dos produtores Moeller & Botelho, para o primeiro semestre de 2016.
Não podemos deixar de ressaltar, a direção precisa e sensível de Charles Möeller, capaz de fazer com que sua presença poética esteja em cena, a cada canção, a cada sorriso ou lágrima contida; tanto no palco, quanto na platéia.
"Versão Brasileira - 25 Anos de Musicais", com Claudio Botelho e Malu Rodrigues, está em temporada no Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea), de 11 de novembro a 17 de dezembro; às quartas, 21 horas; e quintas, 17 horas. Não deixem de conferir esta dica imperdível do Divã Cultural.
domingo, 1 de novembro de 2015
Diário de Bordo: Rogério Ferraz comparece ao lançamento da fotobiografia de Irene Ravache, no Brisa Barra Hotel.
"Simples Assim, Irene", é o título da fotobiografia, organizada pelo autor e ator Cacau Hygino, que reúne setenta imagens da carreira da atriz, dedicados à arte da interpretação no teatro, na televisão e no cinema. Presentes ao evento, realizado no salão de convenções do Brisa Barra Hotel, amigos e colegas de trabalho, foram homenagear e confraternizar com uma das maiores atrizes de nosso país. Na sequência de imagens, fotos com declarações afetuosas, sobre a sábia e generosa trajetória de vida de Irene Ravache. Confira também depoimento em vídeo, exclusivo para o Divã Cultural, da atriz e amiga Nívea Maria.
"(...) Cada personagem uma nova aventura, um novo sucesso, mais prêmios, que não serviam para incrementae a vaidade de Irene, mas para firmar sua responsabilidade como artista e cidadã. (...) Continua a mesma mulher inteligente, culta, consciente, guerreira, profissional e com um bom humor e irreverência invejáveis (...)" - Sílvio de Abreu (dramaturgo)
"Irene é uma excelente atriz e, além de várias qualidades, possui três que se destacam: sinceridade, bom humor e generosidade cênica. Ela contracena de forma aberta e torna o jogo teatral uma delícia para o diretor que a dirige, para o ator que divide cena com ela e para o público que a assiste (...) seu olhar penetrante e a voz clara, límpida e cativante chegam ao espectador da última fileira, fazendo com ele se sinta em casa, e a casa de Irene Ravache - para nossa sorte - é o Teatro". Regina Duarte (atriz e diretora)
"Uma honra ter acompanhado o trabalho de uma das maiores atrizes de nosso país: Irene Ravache. Amor ao seu ofício acima de tudo. Talento ! Uma atriz linda, iluminada". Glória Pires (atriz)
Diário de Bordo: Rogério Ferraz no lançamento da fotobiografia de Irene Ravache.
Na sequência de imagens, mais declarações homenageando a atriz Irene Ravache; e o vídeo com o depoimento do ator Carlos Vereza, ao Divã Cultural.
que faça é abençoado em seus bastidores, pelo seu delicioso senso de humor, sua sabedoria, delicadeza e perspicácia. Dona de raro talento e carisma, Irene brilha (...) Daniele Valente (atriz e escritora)
Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista a atriz e bailarina Fabi Bang, sobre sua personagem no espetáculo KISS ME, KATE - O Beijo da Megera.
Interpretando a atriz Lois Lane, na companhia de teatro de Fred Graham e a personagem shakespereana Bianca, na clássica comédia A Megera Domada, Fabi nos oferta um show de versatilidade cênica, tanto no trabalho vocal, quanto na expressão corporal, dignos de uma artista que busca sua maturidade completa.
Diário de Bordo: Rogério Ferraz entrevista o cartunista e humorista Chico Caruso, sobre sua participação especial no musical "KISS ME, KATE - O Beijo da Megera
O espetáculo em cartaz no teatro Bradesco, até 17 de dezembro, anuncia-se como o mais novo e consagrado sucesso da dupla Charles Moeller e Claudio Botelho, que desta vez convidaram Chico Caruso para viver o gangster convencido e atrapalhado, nesta remontagem do renomado musical de Cole Porter, de 1948, KISS ME, KATE, cuja versão brasileira atual, consiste no texto revisado pelo casal de libretistas Sam e Bella Spewack. A carreira em teatro musical, da dupla Moeller e Botelho, perseguia a oportunidade de exibir ao seu público fiel, o primeiro musical de Cole Porter em nosso país. Você pode conferir o espetáculo no Teatro Bradesco, de quinta a sábado às 21 horas e domingo às 20 horas. Imperdível !
Os artistas Will Anderson e Chico Caruso
José Mayer e o elenco do musical Kiss Me, Kate
Na companhia da atriz Alessandra Verney, que interpreta Lilli Vanessi e Kate, no musical de Cole Porter
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